MITOS E FOLCLORE
O Curupira é o Deus protetor das matas. A floresta e todos que nela habitam estão sob sua vigilância. Por isso, antes das grandes tempestades, ouve-se bater nos troncos das árvores. É o Curupira verificando se elas podem resistir ao furacão, que se avizinha, para, em caso contrário, avisar os moradores da mata do perigo.
Descrevem o Curupira como um menino de cabelos
vermelhos, corpo coberto de pelos e pés voltados para trás. O caçador deve Ter
a prudência de matar apenas o indispensável às suas necessidades. Ai de quem
mata por gosto, fazendo estragos inúteis; de quem atira em animais que estão
para Ter crias; de quem despedaça cruelmente os filhotes! Para todos eles o
Curupira é um inimigo terrível! Esses caçadores malvados são perseguidos, ludibriados
e martirizados pelo pequenino deus.
Quando não morrem, ficam abobalhados para sempre.
Nunca mais podem caçar!...
Os índios contam muitas histórias a respeito do
Curupira. Eis uma delas:
Um dia o Curupira encontrou um caçador, que dormia,
cansado, sob uma árvore. Acordou-o e pediu um pedaço do seu coração para matar
sua fome. O índio, que havia morto um macaco, deu-lhe um pedaço do coração do
animal. O Curupira comeu, gostou e pediu o resto. O caçador atendeu ao seu
pedido, mas disse: - Deves, em paga, me dar um pedaço do teu coração.
O Curupira, certo de que o índio lhe havia dado o
seu coração, sem nada sofrer, abriu com uma faca o próprio peito e caiu logo
morto. O caçador, então, fugiu, correndo para sua maloca.
Um ano mais tarde, lembrou-se o índio de que o
Curupira tinha os dentes verdes. E teve a ideia de fazer com os mesmos um belo
colar. Por isso, voltou à mata, procurou e achou o esqueleto do Curupira. E
começou a bater o crânio do mesmo de encontro a uma árvore, para ver se os
dentes caíam.
Nesse momento o Curupira ressuscitou. Agradeceu ao
caçador de o ter desencantado e, para recompensá-lo, deu-lhe uma flecha mágica,
com a qual ele seria o chefe de sua tribo. Mas o índio cometeu o erro de contar
o segredo à sua mulher e, por isso, caiu morto no chão.
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